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ARTE VISIGÓTICA
A arte visigótica em Portugal diz respeito ao período compreendido entre as invasões bárbaras, com início em 409, e as invasões muçulmanas 711. Nessa época, a unificação política, jurídica e religiosa da Hispânia, pela monarquia visigótica, reflectiu-se na arquitectura e noutras artes. Esta arte visigótica tem origens romanas, paleocristãs, germânicas, bizantinas e indígenas, mas é essencialmente hispano-cristã. A influência dos invasores germânicos foi limitada artes menores e adereços pessoais, enquanto, desde o século V, aumentava a importância das tradições regionais indígenas. Esta nova arte alcançou o seu apogeu na segunda metade do século VII. Mérida e Toledo foram os principais focos da arte da corte, cuja arquitectura, escultura e pintura decorativa são de fundo romano provincial, com alguns elementos bizantinos e norte-africanos.
Contexto histórico
Em 409 d.C., os chamados povos bárbaros, compostos principalmente por Suevos Quados e Marcomanos, Vândalos Silingos e Asdingos e Visigodos, todos de origem germânica, além dos Alanos, de origem persa, fixam-se na Hispânia. Em 411 estes povos dividem entre si o território: os Vândalos Asdingos ocuparam a Galécia, os Suevos, a região a norte do Douro, enquanto os Alanos ocuparam as províncias da Lusitânia e a Cartaginense, e os Vândalos Silingos, a Bética. Algum tempo depois, ocorre a entrada dos Visigodos na península ao serviço do Império Romano e com o objectivo de subjugar os anteriores invasores.
De todos estes povos, os Suevos e os Visigodos seriam aqueles que teriam uma presença mais duradoura no território que é hoje Portugal. Estabelecendo a capital do seu reino em Braga, os Suevos dominam um território que também inclui a Galiza e chegam a dominar a parte ocidental da Lusitânia. Estabelecidos na condição de federados do Império Romano, os Suevos eram pagãos, tendo sido evangelizados por S. Martinho de Dume e convertidos ao catolicismo. A partir de 470 crescem os problemas do reino suevo com o vizinho reino visigodo. Em 585 o rei visigodo Leovigildo toma Braga e anexa o reino suevo. A partir daqui toda a Península Ibérica fica unificada sob o reino visigodo com excepção de algumas zonas do litoral sul e levantino, controladas pelo Império Bizantino até à queda deste reino em 711. A estabilidade interna deste reino foi sempre difícil, pois os visigodos eram arianos, enquanto a maioria da população era católica. Recaredo, convertendo-se ao catolicismo, facilitou a união das duas populações; mas questões dinásticas reacenderam os conflitos e vieram a estar na origem do colapso final.
Os povos bárbaros eram numericamente inferiores à população hispano-romana, pelo que foram obrigados à miscigenação étnica e cultural com esta. Muitas cidades foram destruídas durante este período e verificou-se uma ruralização da vida económica.
Arquitectura
A arquitectura visigótica é essencialmente religiosa. A par das correntes arquitectónicas que se seguiram, a religião estava no centro das atenções da arte em geral. Nessa medida, o legado arquitectónico deixado por estes invasores é constituído maioritariamente por igrejas de planta basilical no seguimento da arte paleocristã. A planta é quadrangular e a estrutura era suportada por vãos e arcos em ferradura.
Igreja de São Gião
igreja monástica de São Gião, perto da Nazaré, do século VII, bastante alterada desde a sua construção tem planta rectangular, com uma só nave de 6,6 m por 3,9 m, sem janelas e sem transepto. Sobre a porta de entrada teria existido uma tribuna de madeira. O tecto é em madeira com vigamento à vista. O cruzeiro é separado da nave por uma iconóstase, constituída por uma parede com uma porta central de arco ultrapassado e dois vãos laterais, como se fossem duas janelas com arcos em ferradura. Este elemento isola o altar e o coro, ou seja, a parte do santuário, na forma de uma nave transversal, semelhante a um pequeno transepto, reservada ao clero, da nave central, reservada aos fiéis. A ermida tem uma estrutura particularmente frágil, o que torna a sua descoberta tardia um acontecimento deveras espantoso. O seu aspecto exterior é bastante rústico, principalmente devido ao facto de ter um anexo simples talvez do século XV.
Capela de São Frutuoso
capela de São Frutuoso é uma capela funerária em Real, Braga. Pensa-se que tem sido erguida sobre uma villa romana e um templo dedicado a Esculápio. Foi construída para servir de túmulo ao bispo de Braga e de Dume, São Frutuoso. Durante a ocupação muçulmana foi parcialmente destruído. Alguns registos promenorizados da estrutura facilitaram o processo de recosntrução durante a revitalização do conjunto monástico que aí existia desde os tempos das invasões bárbaras. Tem uma planta em cruz grega infuência bizantina. A planta centrada no cruzeiro quadrangular desenvolve-se para os quatro lados através de três ábsides iguais. Apesar das suas dimensões reduzidas adquire, a capela tem um elevado valor arquitectónico no panorama histórico-cultural da peninsula, pois é considerado o único exemplar da arquitectura bizantina apesar da influência ter sido trasida pelos povos bárbaros, os estilo arquitectónico tem traços claros desta arte do Médio Oriente.
Escultura
Os maiores vestígios de escultura visigótica em Portugal são referentes à escultura decorativa como complemento da arquitectura; estavam portanto presentes principalmente em edifícios religiosos. Os traços são estilizados e bastante simples; normalmente eram apenas formas geométricas :círculos, rosetas ou estrelas influência indígena, parcialmente pagã, ou por vezes representativas de motivos de tecidos orientais influência bizantina. As artes pictóricas reflectiram-se sobretudo em altos-relevos e baixos-relevos criando um efeito de claro/escuro. Os elementos construtivos tais como colunas ou pilares eram também alvo deste tipo de adorno.
FONTE WIKIPÉDIA