SEJA BEM-VINDO AO SITE FORTALEZAS E CASTELOS-ESPERO QUE CONSIGA ADQUIRIR MUITOS CONHECIMENTOS E ENRIQUECER AINDA MAIS A SUA CULTURA-MUITO OBRIGADO POR VISITAR FORTALEZAS E CASTELOS E VOLTE SEMPRE 

HIST.ECON.DO BRASIL

A

História econômica do Brasil

A história econômica do Brasil é marcada pelas grandes divisões presentes na história do Brasil. No entanto, muitos autores identificam continuidades, uma permanência das marcas deixadas pela colonização portuguesa,formulando teorias como a da dependência e ressaltando as diferenças entre as "colônias de povoamento" e as "colônias de exploração".

A economia do Brasil viveu vários ciclos ao longo da História do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi privilegiado em detrimento de outros, provocando sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira. O Brasil inseriu-se na história econômica ocidental inicialmente no setor primário extrativista.

Os índios que habitavam o território brasileiro viviam de caça, pesca e coleta, com algumas tribos praticando agricultura ocasional. Ao encontrar-se com o europeu, o escambo desenvolveu e a extração sistemática nas regiões costeiras e depois das drogas do sertão tornaram-se marginais, com a fixação de colonos portugueses e estabilização da agricultura de plantation.

Ainda no período colonial, desenvolveram-se os ciclos de mineração e, em consequência, o tráfico humano e a pecuária como atividades econômicas subsidiárias da mineração. Nesta época, a manufatura foi desencorajada, o que explica a tardia industrialização do Brasil.

No final do império, propagou-se a produção e exportação de poucos produtos commodities, como o café, a borracha e o cacau. Depois da crise de 1929, começaram a se fortalecer as indústrias. A partir da década de 1900, consolidou-se o setor terciário, com uma economia baseada em serviços.

Período pré-colonial 1500–1530

  Ao contrário das fartas riquezas metálicas encontradas pelos espanhóis nas terras recém-descobertas por eles na América, nada havia de muito interessante para os portugueses na "Terra de Santa Cruz", além de papagaios, macacos e uma "madeira de tingir", que já era conhecida no Oriente e que podia alcançar altos preços na Europa.

Logo depois da viagem de Cabral, outras expedições portuguesas se seguiram para explorar o território e extrair toras da planta nativa. No entanto, os portugueses não estavam sozinhos nos mares, e corsários das nações não contempladas no Tratado de Tordesilhas - ingleses, holandeses e principalmente franceses - também passaram a frequentar a costa brasileira.

A extração do pau-brasil era feita com o auxílio da mão de obra nativa, na base do escambo, em que os europeus forneciam objetos de pouco valor na Europa mas que, no início, exerciam um grande fascínio sobre os nativos, pois estes viviam numa sociedade de caça e coleta: manufaturados relativamente comuns dos europeus alcançavam cotações altas no escambo.

Por vezes, foram construídas feitorias para proteção contra navios inimigos e para armazenar as toras até o transporte, mas o saldo foi de grande devastação das matas costeiras e nenhum núcleo de povoamento europeu permanente.

A

Período colonial

Na década de 1530, estava claro para dom João III que a soberania do Papa e os guarda-costas itinerantes não seriam suficientes para afugentar os franceses que, cada vez mais, fincavam o pé nas suas possessões americanas. Foi, então, a ameaça da possível fixação francesa nas terras brasileiras que o induziu a defendê-las por um processo mais amplo e seguro: promover a ocupação efetiva através do povoamento e colonização. “

Mas, para isso, ocorria uma dificuldade: ninguém se interessava pelo Brasil. A não ser os traficantes de madeira - e estes mesmos já começavam a abandonar uma empresa cujos proveitos iam em declínio -, ninguém se interessara seriamente, até então, pelas novas terras; menos ainda para habitá-las. Todas as atenções de Portugal estavam voltadas para o Oriente, cujo comércio chegara neste momento ao apogeu.

Nem o Reino contava com população suficiente para sofrer novas sangrias; os seus parcos habitantes, que não chegavam a dois milhões, já suportavam com grande sacrifício as expedições orientais. Nessas condições, a colonização não se efetivaria sem grandes incentivos, o que o Rei deu, abrindo mão de seus poderes soberanos em benefício de seus súditos que se dispusessem a arcar com os custos e o risco da colonização.

Em 1534, o sistema adotado foi o das capitanias hereditárias, das quais apenas Pernambuco, no Nordeste, e São Vicente, na extremidade meridional do Brasil, conseguiram vencer as dificuldades iniciais e "tornaram-se centros de crescimento populacional e econômico relativamente importantes. As demais, ou foram abandonadas em consequência de ataques indígenas ou vegetaram numa obscuridade total, com pequeno número de colonos que mantinham uma posição precária em locais isolados da faixa litorânea" .

Ciclo da cana-de-açúcar

Os donatários, em geral, não dispunham de grandes recursos para a empresa colonizadora e levantaram fundos tanto em Portugal quanto na Holanda, principalmente junto a comerciantes calvinistas, que viam boas perspectivas para a cultura da cana-de-açúcar no Brasil, a partir da experiência das Ilhas Atlânticas.

O açúcar de cana alcançava altos preços na Europa e a oferta era pequena, limitada à produção da Sicília, Ilha da Madeira, Cabo Verde, e o que chegava dos árabes otomanos, pelo comércio mediterrâneo dominado pelas cidades italianas. "O volume desse fornecimento era contudo tão reduzido que o açúcar se vendia em boticas, pesado aos gramas.

A cultura da cana era somente viável em larga escala, utilizando grandes propriedades, no sistema de plantation. Todo o trabalho de desbravamento do território para plantio exigia grande mão de obra, e a plantação, colheita e transporte da cana até os engenhos só era rentável se feito em grande escala. Assim a indústria açucareira voltada à exportação era um negócio acessível apenas para grandes investidores.

O primeiro engenho de açúcar de que se tem notícia no Brasil foi construído em 1516 no litoral pernambucano, mais precisamente na Feitoria de Itamaracá, confiada ao administrador colonial Pero Capico — o primeiro "Governador das Partes do Brasil". Em 1526, já figuravam na Alfândega de Lisboa direitos sobre o açúcar de Pernambuco.

Poucos anos depois, em 1532, as primeiras plantas de cana-de-açúcar chegaram a São Vicente, vindas provavelmente da Ilha da Madeira com Martim Afonso de Sousa. Negros africanos e indígenas eram a mão de obra utilizada na produção e industrialização da cana-de-açúcar.

Mas o preço dos escravos africanos era alto. Os portugueses possuíam poucos recursos para a implantação da cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Precisavam comprar escravos, preparar a terra, fazer o plantio e colheita, instalar os engenhos para a fabricação do açúcar, transportar e distribuir o produto na Europa.

Não tendo recursos, a solução encontrada foi aliar-se aos holandeses, que financiaram a implantação do cultivo e transformação da cana-de-açúcar no Brasil. Em troca, os holandeses ficaram com a comercialização do produto na Europa. Com o propósito português da produção de riquezas o dever na Colônia era produzir o máximo pelo menor custo possível.

Nas sesmarias, que eram grandes quantidades de terras latifúndios distribuídas pelos donatários e governadores-gerais aos colonos, é que se desenvolveu o processo da cana-de-açúcar. Surgiram, então, os grandes engenhos baseados na monocultura da cana-de-açúcar e na mão de obra escrava.

Outros produtos, como o milho, o feijão e a mandioca, só eram produzidos para a subsistência dos moradores da sesmaria. O nordeste, que era fisicamente semelhante à zona original do produto o Sudeste Asiático e que possuía um solo argiloso de fácil adaptação para a cana-de-açúcar, transformou-se no polo açucareiro do Brasil. Pernambuco era o principal produtor de açúcar, seguido pela Bahia. A produção açucareira nordestina se beneficiava da proximidade com os mercados consumidores da Europa.

Escravatura e tráfico negreiro séculos XVI–XIX

  A agricultura da cana nas grandes propriedades monocultoras introduziu o modo de produção escravista, baseado na importação e escravização de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de tráfico negreiro. O tráfico negreiro só é interrompido em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós.

Pecuária

  A pecuária extensiva ajudou a expandir a ocupação do Brasil pelos portugueses, levando o povoamento do litoral para o interior. Com o aumento da produção de cana-de-açúcar no litoral brasileiro, o gado, que era usado como força motriz nos engenhos além de fornecer carne, leite e couro, foi empurrado para o interior do Brasil, uma vez que a monocultura da cana-de-açúcar demandava áreas cada vez maiores no litoral o solo da região litorânea, chamado solo massapê, era mais fértil que o solo da região interiorana e, portanto, mais adequado ao cultivo da cana-de-açúcar.

Avançando pelo interior do Brasil utilizando-se do Rio São Francisco o "Rio da Integração Nacional como referência, o gado desceu o "Velho Chico". Foram instaladas fazendas de gado ao longo de todo o curso do rio. Daí sua denominação alternativa de "Rio dos Currais". O gado saiu do litoral Bahia e Pernambuco e ocupou todo o interior da Região nordeste do Brasil, chegando até Minas Gerais.

A

Ciclo da mineração 1709–1789

  Durante todo o século XVIII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o interior do território em busca de metais valiosos ouro, prata, cobre e pedras preciosas como diamantes e esmeraldas. Afinal, já no início do século XVIII entre 1709 e 1720, estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo Planalto Central e Montanhas Alterosas, nas áreas que, depois, foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

A descoberta de ouro e diamante nessa região provocou um afluxo populacional vindo de Portugal e de outras áreas povoadas da colônia, como São Paulo, São Vicente e o litoral nordestino. Já de início, o choque na corrida pelas minas levou a um conflito entre os paulistas e os outros exploradores Guerra dos Emboabas.

Outra importante atividade impulsionada pela mineração foi o comércio interno entre as diferentes vilas e cidades da colônia proporcionado pelos tropeiros.

Diamantes

Os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729, tendo logo despertado a atenção da Coroa Portuguesa. A primeira legislação visando a regulamentar a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes e Guardas-mores das Terras Minerais, comum a toda a região.

Esse regulamento genérico despertou viva resistência entre os mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos diamantes, cujas características pequenas dimensões e elevado valor incentivavam a sua ocultação e contrabando.

O seu principal centro produtor foi o Arraial do Tijuco atual Diamantina, na Comarca do Serro do Frio, marcado, além do seu natural isolamento geográfico, pela severidade da legislação diamantífera – materializada, por exemplo, no chamado "Livro da Capa Verde" - e pelo rigor da fiscalização da Metrópole.

Em 1734, era, ali, instituída a Intendência dos Diamantes. No ano seguinte 1735, a extração foi proibida por quatro anos, até que se encontrasse uma maneira mais eficaz de controle por parte da Coroa, e, principalmente, até que se recuperassem os preços internacionais do quilate, abalados pela abundância da oferta.

Superada esta fase inicial, institui-se, em 1741, o sistema de arrematação por contratos, que perdurou até 1771. Os historiadores indicam que, entre 1740 e 1771, foram extraídos mais de 1 666 569 quilates, levando à queda em 75 por cento do preço dos diamantes no mercado mundial.

A partir de 1771, foi criada a Real Extração, sob controle direto da Coroa. Este sistema perdurou até mesmo depois da Independência do Brasil 1822, sendo a Real Extração extinta por decreto apenas em 1832. Estima-se que, neste período até 1810, cerca de três milhões de quilates foram extraídos.

Economia na era imperial 1822–1889

Ao tornar-se independente em 1822, o Brasil possuía uma economia voltada para a exportação de matérias-primas. O mercado interno era pequeno, devido à falta de créditos e a quase completa subsistência das cidades, vilas e fazendas do país que se dedicavam à produção de alimentos e a criação de animais.

Durante a primeira metade do século XIX, o Estado imperial investiu pesadamente na melhoria das estradas terrestres e detinha por sua vez, um memorável sistema de portos que possibilitava uma melhor troca comercial e comunicação entre as regiões do país.

A economia do Brasil era extremamente diversificada no período pós-Independência, mas foi necessário um grande esforço por parte do governo monárquico para realizar a transmutação de sistema econômico puramente escravocrata e colonial para uma economia moderna e capitalista.

Contudo, a monarquia fora capaz de manter, até o fim de sua existência, o notável crescimento econômico iniciado com a vinda do então príncipe-regente dom João ao Brasil. Isto foi possível, em parte, graças ao liberalismo adotado pelo regime monárquico, que favorecia a iniciativa privada.

Para um país carente de capitais, seria necessário investir o tanto quanto possível nas exportações, buscando alcançar uma balança comercial superavitária. Contudo, tal feito fora complicado pela completa falta de produtos manufaturados no país, o que resultou num aumento considerável das importações, criando um défice contínuo.

A maior parte das importações eram tecidos, vinhos, sabões, comestíveis, perfumarias, dentre outros. Até a década de 1850, itens como carvão, maquinaria, cimento, ferro, ferramentas e artigos de ferro representavam 11% das importações brasileiras em relação à Grã-Bretanha. Mas o processo de industrialização constante do Brasil faria com que este percentual alcançasse 28% em 1889.

Com o passar das décadas, surgiram novas tecnologias, aumentou a produtividade interna e as exportações aumentaram consideravelmente, possibilitando alcançar o tão almejado equilíbrio na balança comercial. Durante a década de 1820, o açúcar equivalia a cerca de 30%, o algodão 21%, o café 18% e couros e peles 14% do total das exportações, sendo Pernambuco o centro das produções açucareira e algodoeira.

Apenas vinte anos depois, o café alcançaria 42%, enquanto o açúcar 27%, os couros e peles 9% e o algodão 8% do total das exportações. Entretanto, isto não significou uma diminuição na produção desses produtosː pelo contrário, "refletia uma diferença no crescimento relativo desses setores".

Neste período de apenas vinte anos, as "exportações brasileiras dobraram em volume e triplicaram em valor nominal", enquanto seu valor em libras esterlinas aumentou em 40%.

Nos anos 1820, o Brasil exportou cerca de 11 mil toneladas de cacau, enquanto que, em 1880, o valor foi de 73 500 toneladas. Entre os anos 1821 e 1825, exportaram-se 41 174 toneladas de açúcar, atingindo o incrível valor de 238 074 toneladas entre 1881 e 1885. Até 1850, a produção de borracha fora insignificante, mas, entre 1881 e 1890, alcançou o terceiro lugar nas exportações brasileiras.

Foram, ao todo, cerca de 81 toneladas entre 1827 e 1830, atingindo 1 632 toneladas em 1852, e em 1900 foram 24 301 452 toneladas. Exportaram-se, também, cerca de 3 377 000 toneladas de café entre 1821 e 1860, enquanto que, entre 1861 e 1889, alcançaram-se 6 804 000 toneladas.

A inovação tecnológica também contribuiu para o crescimento das exportações, como citado anteriormente. A principal razão foi a adoção da navegação a vapor e de ferrovias, o que permitiu, ao transporte de carga, tornar-se bem menos oneroso e muito mais rápido.

O valor absoluto das exportações do Império em 1850 era o mais elevado da América Latina o triplo da Argentina, que estava em quarto lugar e manteria esta posição inclusive em termos econômicos gerais até o final da monarquia.

O comércio exterior, ou seja, importação e exportação somadas, acumulavam um valor total de 79 000 contos de réis entre 1834 e 1839 para atingir 472 000 contos de réis em 1886 taxa de crescimento anual de 3,88% desde 1839. A partir de 1859, a balança comercial entre importação e exportação se equilibra até esta última tornar-se maior que a primeira em 1865.

Após 1874, a balança comercial fica claramente favorável, tendo as exportações números bem mais altos que a importação. A maior parte das exportações brasileiras eram produtos agrícolas. No entanto, as exportações norte-americanas de produtos agrícolas respondiam por um percentual que variava em torno de 73% a 83% entre os anos 1850 e 1900 de todas as vendas externas, para efeitos de comparação.

O crescimento econômico foi percebido no Produto Interno Bruto brasileiro PIB, que, de 50 000 contos de réis em 1840, veio a atingir a cifra de 500 000 contos de réis em 1889 uma incrível taxa de crescimento anual de 4,81% desde 1840. O crescimento econômico brasileiro, principalmente a partir de 1850, se comparado aos Estados Unidos e aos países europeus, foi "muito bom". O Brasil do último ano da monarquia era "próspero e respeitado". O historiador Heitor Lyra resume a questão:

O Império, sob o ponto de vista do progresso e do desenvolvimento material do país, não foi o atraso e a estagnação, de que ainda hoje é acusado por quantos não se querem dar ao trabalho de estudar e conhecer melhor esse período da nossa História. E a verdade é o que o Brasil era, de fato, e de direito, sob este e outros aspectos, a primeira Nação da América Latina. Essa hegemonia ele iria conservar até o último dia da Monarquia".

A renda per capita brasileira em 1890 era de 770 reais em valores de 1990. Para se ter uma ideia do potencial econômico do país durante o Império, caso "tivesse podido manter o nível de produtividade conquistado em 1780 e conseguido ampliar as exportações com ritmo igual ao verificado na segunda metade do século XIX, sua renda per capita em 1950 seria comparável à média dos países da Europa Ocidental, e o país não se teria atrasado tanto".

Ou seja, no início da segunda metade do século XX, não só o país seria mais rico, mas o povo brasileiro também, pois este teria uma condição de vida muito superior à existente atualmente.

A

Agricultura

A agricultura no Brasil tinha um papel extremamente importante: 80% das pessoas em atividade dedicavam-se ao setor agrícola, 13% ao de serviços e 7% ao industrial. No interior do país havia uma agricultura realizada pelos próprios produtores sem a utilização de escravos, abastecendo o mercado local.

Nas regiões norte e nordeste ocorria o cultivo de algodão em conjunto com culturas de alimentos para a própria subsistência e venda nos mercados locais, que eram produzidos por pequenos e médios lavradores.

As grandes distâncias encareciam o custo do transporte e os impostos interprovinciais para o trânsito de mercadorias, o que acabou por restringir consideravelmente a capacidade de distribuição por parte dos produtores destes setores voltados ao mercado interno.

Na Região Sudeste do Brasil, a produção de café, que, no início do Brasil independente, respondia por apenas 3% das exportações, foi se tornando, a cada década, mais e mais importante para a economia brasileira, principalmente devido ao aumento extraordinário do mercado consumidor internacional.

As fazendas cafeeiras eram praticamente autossustentáveis, pois não só o café era produzido ali, mas também a alimentação e vestuário para os escravos, negando a possibilidade de surgimento de outros setores econômicos voltados para este mercado. Entretanto, a extinção do tráfico negreiro e o consequente encarecimento no valor dos escravos obrigou aos produtores a focarem na manutenção da mão de obra em detrimento da autossustentabilidade. Buscou-se, então, impedir uma alta nos custos da produção.

Para se manterem competitivos nos mercados internacionais, os produtores agrícolas com ajuda governamental buscaram modernizar a produção, adotando inovações técnicas e tecnológicas. No Norte e Nordeste do país, foram instaladas grandes unidades de processamento de cana-de-açúcar, chamados de engenhos centrais, que revolucionaram a economia tradicional.

Estas usinas vieram a ocupar o lugar das antigas fábricas de açúcar que datavam do período colonial, efetivamente industrializando o setor. Nas regiões cafeeiras, os produtores realizaram a transição da mão de obra escrava para a paga, com a absorção dos imigrantes estrangeiros que chegavam aos milhares a cada ano e também de ex-escravos.

Os benefícios eram muitos, mas o principal era o barateamento do custo de produção, pois o sustento de escravos revelara-se mais oneroso que o pagamento de salários a trabalhadores livres. A província de São Paulo foi a que melhor logrou sucesso nessa empreitada, realizando a transição do antigo sistema econômico escravocrata para o moderno capitalista.

Entretanto, a do Rio de Janeiro se revelou incapaz de assimilar as novas tendências do mercado, preferindo manter a utilização de mão de obra escrava até o fim, o que eventualmente causaria o seu colapso. O governo imperial não se limitou a facilitar o crédito para a compra de equipamentos modernos ou a vinda de imigrantes, mas também diminuiu vários impostos para colaborar com o esforço de modernização da produção agrícola do país.

Um destas medidas ocorreu em 1874 quando o gabinete Rio Branco fixou em 40% a taxa de imposto para todas as mercadorias importadas e que viria a incentivar a indústria nacional, ao mesmo tempo em que criou franquias aduaneiras para importações relacionadas a plantas vivas, sementes, raízes, bulbos e aparelhos mecânicos com o intuito de desenvolver a agricultura.

Indústria

A indústria brasileira tem sua origem remota nas oficinas artesanais datadas do início do século XIX. A maior parte dos estabelecimentos industriais surgiram no Sudeste brasileiro principalmente na província do Rio de Janeiro, Minas Gerais e mais tarde, São Paulo, e de acordo com a Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, 77 estabelecimentos foram registrados entre 1808 e 1840 e receberam a classificação de "fábricas" ou "manufaturas".

Contudo, a maior parte, cerca de 56 estabelecimentos, na realidade se encaixavam na categoria de "oficinas artesanais" e estavam voltados para os ramos de sabão e velas de sebo, rapé, fiação e tecelagem, alimentos, fundição de ferro e metais, lã e seda, dentre outros. Utilizavam como mão de obra tanto elementos livres como também escravos.

Havia vinte estabelecimentos que poderiam ser considerados de fato manufatureiros, e, deste total, treze foram criados entre os anos 1831 e 1840. Eram todos, contudo, de pequeno e porte e se assemelhavam mais a oficinas artesanais maiores do que a fábricas propriamente ditas.

Entretanto, atuavam em ramos extremamente diversos, tais como: chapéus, pentes de tartaruga, ferraria e serraria, fiação e tecelagem, sabão e velas, vidros, tapetes, oleados etc. Provavelmente por causa da instabilidade do período regencial, apenas nove destes estabelecimentos ainda estavam em funcionamento em 1841, mas, em compensação, eram de grande porte e poderiam ser considerados um "prenúncio de uma nova era para as manufaturas".

As razões pelo qual foi extremamente limitado o advento de manufaturas reais anteriormente à década de 1840 foram: a autossuficiência das regiões do país principalmente das fazendas de café e cana-de-açúcar, que produziam seus próprios alimentos, vestuário, equipamentos etc.; a falta de capitais; e o alto custo da produção.

A

Este último, por exemplo, impossibilitava as manufaturas nacionais de competirem com produtos estrangeiros apesar de algumas já utilizarem máquinas, pois a maior parte da matéria-prima era importada.

A promulgação da tarifa Alves Branco, entretanto, viria a modificar tal quadro. Ela tinha, por objetivo, aumentar a arrecadação do Estado e incentivar o crescimento da indústria nacional, e logrou sucesso em ambas as empreitadas.

A súbita proliferação de capital foi direcionada para investimentos nas áreas de serviços urbanos, transportes, comércio, bancos, indústrias etc. A maior parte do capital investido nas indústrias foi direcionado ao ramo têxtil.

Contudo, num crescimento industrial sem precedentes, surgiram múltiplos estabelecimentos manufatureiros, tais como de: fundição e maquinaria, sabão e velas, vidros, cerveja, vinagre, galões de ouro e prata, calçados e cordoaria, couros, calçados e cordoaria, sabão e velas, chapéus e tecidos de algodão.

Também pode ser citada a criação de uma indústria metalúrgica em Ponta da Areia, na cidade de Niterói, que inclusive construiu navios a vapor. Já a indústria têxtil algodoeira do país surgiu no ano de 1826 em Pernambuco, mas não foi bem sucedida, e só duas décadas mais tarde, com a abertura de outras unidades, o setor foi se consolidando naquela província.

Na Bahia, a produção têxtil iniciou-se em 1844. O setor têxtil foi dinâmico durante o período monárquico brasileiro e recebeu relevantes investimentos até 1890, quando entrou em declínio. Algumas modernizações ocorreram, principalmente entre 1840 e 1860, quando foram criadas fábricas de bom nível tecnológico capazes de competir com outros grandes centros internacionais.

Em 1853, havia 8 fábricas de tecidos no Brasil. Vieram outras melhorias com a estabilização das fábricas e forjas voltadas para a produção de equipamentos e peças para a manufatura têxtil.

A extinção do tráfico negreiro em 1850, ao contrário do que muitos autores alegam, não providenciou uma "liberação" de crédito para a área industrial. Tal afirmação não possui base documental alguma.Contudo, o capital antes empregado no tráfico foi direcionado a setores como os de empresas de serviços urbanos, transportes, bancos e comércio. Mas é possível que tenha contribuído indiretamente para o crescimento do setor industrial através de empréstimos concedidos pelos estabelecimentos bancários.

Ao iniciar a década de 1850, havia cerca de 50 fábricas com capital superior a 7 000 contos de réis. Diferente da visão costumeira acerca do tema, o governo imperial criou diversos incentivos para a industrialização do país. Os mais antigos datam ainda do reinado de dom Pedro I, através de concessões de subvenções governamentais.

O primeiro estabelecimento a receber tal concessão foi a "Fábrica das Chitas", voltada para estamparia e papel, por decreto de 26 de junho de 1826. A prática foi retomada na década de 1840, quando novos estabelecimentos industriais receberam subvenções. Em 1857, sete manufaturas eram beneficiadas por esta prática de incentivo, dentre elas a Ponta de Areia, de propriedade de Irineu Evangelista de Sousa futuro visconde de Mauá.

Um dos critérios exigidos para a concessão destas subvenções era o emprego exclusivo de trabalhadores livres. Buscava-se, então, não só a transição do antigo sistema econômico colonial para o moderno sistema capitalista, mas também a da mão de obra escrava para a livre.

Outros incentivos ocorreram, como o decreto de 8 de agosto de 1846, que isentava os produtos manufaturados de direitos de transporte tanto no interior quanto no exterior, dispensava do recrutamento militar determinado número de empregados dos estabelecimentos industriais e eliminava a taxação sobre peças e maquinário importados pelas fábricas têxteis.

No ano seguinte, novo decreto datado de junho declarava que todos os estabelecimentos industriais em solo nacional estariam livres de impostos sobre matérias-primas importadas. Desta maneira, os custos de produção da indústria nacional diminuíram consideravelmente, permitindo-a competir com produtos estrangeiros.

A tarifa Alves Branco sofreu modificação em 1857, reduzindo para 15% as taxas sobre os produtos importados. Entretanto, no gabinete Rio Branco, a taxa sobre produtos estrangeiros foi elevada novamente para 40%, e novas matérias-primas receberam isenções tributárias sobre as importações.

Ao final da década de 1860, ocorre um novo surto industrial causado por dois conflitos armados: a Guerra Civil Norte-Americana e a Guerra do Paraguai. Na primeira, a produção de algodão foi interrompida pelo bloqueio realizado pelas forças da União contra a Confederação.

A segunda causou a emissão de moeda e o aumento de tarifas de importação para cobrir os gastos com o conflito. O resultado foi um grande estímulo não só para a indústria têxtil, mas também para outros setores, tais como: o químico, de cigarro, de vidro, papel, de couro, de instrumentos ópticos e náuticos etc.

Durante a década de 1870, graças à decadência da região cafeeira do vale do Paraíba e de algumas áreas de produção açucareira, muitos fazendeiros investiram não somente na indústria têxtil de algodão, mas também em outros setores manufatureiros.

A implantação de uma malha ferroviária por todo o território nacional também estimulou o surgimento de novas atividades industriais, principalmente em São Paulo. A indústria naval também sofreu um grande impulso neste período. É a partir da década de 1870 que o processo de industrialização do Brasil se torna constante e revela uma grande expansão.

Em 1880, é criada a Associação Industrial, com a primeira diretoria eleita no ano seguinte, que atuou no sentido de apoiar novos incentivos industriais e realizar propagandas contra os defensores de um Brasil essencialmente agrícola. Do capital empregado na economia brasileira até 1884, 9,6% era direcionado a indústria.

A partir de 1885, este percentual cresce para 11,2%. Entretanto, sofre uma abrupta queda no período republicano, atingindo 5% entre 1890 e 1894, e revelando uma leve melhora para 6% entre 1900 e 1904, mas seriam necessários muitos anos até retornar aos patamares dos tempos do Império. Ao ser extinta através de um golpe de Estado em 1889, existiam, sob o regime monárquico brasileiro, 636 fábricas taxa de crescimento anual de 6,74% 1850 com um capital de 401 630,6 contos de réis taxa de crescimento anual de 10,93% desde 1850.

Deste valor, 60% estava empregado no setor têxtil, 15% na alimentação, 10% no químico, 4% no madeireiro, 3,5% no vestuário e 3% na metalurgia.

X

Ciclos econômicos pré-industriais

Ciclo do café 1850–1930

Introduzido no Brasil no início do século XVIII por Francisco de Melo Palheta, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa, o café foi o produto que impulsionou a economia brasileira entre as décadas de 1850 e 1930.

Concentrado a princípio no Vale do Paraíba entre Rio de Janeiro e São Paulo e depois no sul paulista e nas zonas de terra roxa do oeste de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100 anos.

Em 1860 foi construída a estrada de ferro que ligava São Paulo ao porto de Santos e a produção cresceu rapidamente no estado nas décadas de 1880 e 1890. Em 1894, a produção que passava pelo porto de Santos superou a do Rio de Janeiro e lhe tornou o maior centro exportador de café do mundo.

A economia cafeeira em São Paulo foi o grande motor da economia brasileira desde a segunda metade do século XIX até a década de 1920. Como o Brasil detinha o controle sobre grande parte da oferta mundial desse produto, podia facilmente controlar os preços do café nos mercados internacionais, obtendo assim lucros elevados.

Segundo Celso Furtado, o maior problema deste sistema econômico era que, sendo o Brasil um país abundante em terras disponíveis para a agricultura e em mão de obra subempregada, os lucros obtidos incentivavam novas inversões de capitais no setor, elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado.

Por outro lado, a demanda mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e à renda dos consumidores, isto é, o seu crescimento dependia fundamentalmente do crescimento populacional dos países consumidores.

Assim, tinha-se uma situação de crescimento da oferta de café muito superior ao crescimento de sua demanda, indicando uma tendência estrutural de baixa de preços no longo prazo. As políticas governamentais de valorização do café, conforme instituídas do Convênio de Taubaté em 1906, consistiam basicamente na compra, por parte do governo federal, dos estoques excedentes da produção de café, por meio de empréstimos externos financiados por tributos cobrados sobre a própria exportação de café.

No curto prazo, tal política ajudou a sustentar os preços internacionais do produto, sustentando a renda dos exportadores. Porém, a médio e longo prazo, essa política deu uma posição de favorecimento do café sobre os demais produtos brasileiros de exportação, além de inflar artificialmente os lucros do setor pois essa política não tinha nenhum impacto sobre a demanda internacional pelo produto, o que estimulava novas inversões de capitais na produção, pressionando ainda mais a oferta nacional de café.

A crise internacional de 1929 exerceu imediatamente um duplo efeito na economia brasileira: ao mesmo tempo em que reduziu a demanda internacional pelo café brasileiro, pressionando seus preços para baixo, impossibilitou, ao governo brasileiro, tomar empréstimos externos para absorver os estoques excedentes de café, devido ao colapso do mercado financeiro internacional.

Todavia, o governo não poderia deixar os produtores de café a sua própria sorte e vulneráveis aos efeitos da grande crise; o custo político de uma atitude como essa seria impensável para um governo que ainda estava se consolidando no poder, como era o caso do governo de Getúlio Vargas no início da década de 1930. Por isso, a partir deste período, o Estado brasileiro passou a desempenhar um papel ativo na economia nacional.

Ciclo da erva-mate século XIX–início do século XX

No século 19, o isolacionismo do Paraguai levou Argentina e Uruguai a trocarem a erva-mate importada do Paraguai pela erva-mate importada do Brasil, o que impulsionou o ciclo da erva-mate na região dos atuais estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. O próprio Paraná só se emancipou da província de São Paulo em 1853 em função do desenvolvimento trazido pelo ciclo da erva-mate.

A

Ciclo da borracha 1866–1913

  No início do século XVIII, o naturalista Charles Marie de La Condamine viaja à região amazônica e estuda as propriedades da Hevea brasiliensis, árvore nativa da Amazônia, conhecida como seringueira, constatando várias utilizações dessa planta para o homem. Posteriormente, Charles Goodyear descobriria o processo de vulcanização desse líquido conhecido como látex, se tornando, então, possível a fabricação de pneumáticos para a indústria automobilística - até então, os carros utilizavam rodas de madeira.

Porém, apenas mais de um século depois, cerca do ano de 1870, começou a tornar-se sensação na Europa e nos Estados Unidos: a demanda crescia vorazmente e a oferta crescia timidamente, gerando um rápido aumento na cotação internacional do produto.

Na época, o único local de existência da árvore era em toda a Amazônia. Fazendeiros, pequenos agricultores e outros agroempresários foram atraídos para o interior da Amazônia para constituir fazendas silvicultoras, voltadas à extração de látex.

Simples homens ergueram-se como barões da borracha, concentrando renda e relegando sua mão de obra à miséria e a condições análogas à escravidão. Na pauta de exportações brasileiras, a borracha chegou a representar 40%, possuindo a mesma parcela de participação que o café durante o ciclo do café, evidenciando a grande importância do ciclo da borracha.

Os lucros auferidos com tal comércio ficavam concentrados basicamente nas metrópoles amazônicas, Belém e Manaus, principalmente na primeira devido a sua posição estratégica, próxima ao oceano. Suas rendas per capita chegaram a ser das mais altas do planeta. Os lucros eram destinados principalmente às mãos dos empresários do sector financeiro.

As duas cidades passaram por profundas reformas urbanas, frutificando imensos projetos urbanísticos de francização como o Petit Paris em Belém e a Paris nos Trópicos, em Manaus, incluindo grandes e opulentas obras como o Theatro da Paz Belém, o Teatro Amazonas Manaus, suntuosos palácios, boulevards e imensas avenidas com túneis de mangueiras.

O Ciclo da Borracha é também conhecido na Amazônia como a Belle Époque e foi uma época de ostentação e fausto, porém começou a ruir com as bruscas quedas na cotação internacional da borracha, graças à ampliação em demasia da oferta de látex, propiciada pela biopirataria de milhares de seringueiras ao Oriente; emigração de famílias capitalizadas e a I Guerra Mundial.

Porém o factor determinante para seu ocaso foi a pouca diversificação da economia amazônica, já que acreditavam que os altíssimos lucros da borracha seriam eternos. Para se ter noção, a renda per capita de Belém do Pará caiu quase cinco vezes de 1910 a 1920.

Com o fim do ciclo, houve saqueamentos, suicídios, emigração em massa, abandono de casarões, sucateamento 1800 a 1930. Desde a época colonial até 1930, a economia brasileira foi organizada economicamente por meio da produção e exportação de algumas poucas "commodities" agrícolas, cujas características centravam-se na produção de gêneros que interessavam ao mercado internacional. Esse fato define a economia brasileira nesse período como primário-exportadora.

X

Industrialização e desenvolvimentismo 1930–1980

Nacional-desenvolvimentismo é geralmente o nome que se dá ao acelerado processo de crescimento da renda per capita entre 1930 e 1980. É a fase do fortalecimento da nação brasileira e da industrialização, na qual a renda por habitante cresce em média 2,8% ao ano.

O período começa com o governo Vargas, no qual é autoritário entre 1937 e 1945; torna-se democrático entre1945 e 1964; passa por uma crise entre 1961 e 1964; volta a ser autoritário, agora sob o Regime Militar; experimenta o "milagre econômico" entre 1969 e 1973; e entra em crise - a grande crise da dívida externa - a partir de 1980.

Nesse período, em que as grandes figuras foram Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek o Estado desempenhou um papel ativo na industrialização do país, protegendo a indústria nacional através de um regime de substituição de importações; iniciou, a partir de 1968, um processo de exportação de manufaturados muito bem sucedido; mas o endividamento externo entre 1974 e 1978 levará o país à crise em 1980.

O modelo de transporte adotado foi o rodoviário, em detrimento de todos os demais ferroviário, hidroviário, naval, aéreo. Valendo-se de políticas econômicas desenvolvimentistas desde a Era Vargas, na década de 1930, o Brasil desenvolveu grande parte de sua infraestrutura em pouco tempo e alcançou elevadas taxas de crescimento econômico. Todavia, o governo, muitas vezes, manteve suas contas em desequilíbrio, multiplicando a dívida externa e desencadeando uma grande onda inflacionária.

O presidente João Goulart tentou implementar as reformas de base agrária, habitacional, financeira mas foi impedido pelo golpe militar de 1964. Em 1967, é criada a Zona Franca de Manaus. O capitalismo brasileiro em 1964 vivia em uma crise econômica e necessitava de aprofundar suas tendências anteriores ao trabalhismo.

O governo durante a ditadura militar também auxiliou em outras esferas as empresas brasileiras, inclusive as empreiteras. A política educacional do regime foi orientada para auxiliar um capitalismo dependente dos Estados Unidos. Durante a era Lula o governo fez a tarefa de auxiliar o capitalismo brasileiro no Peru e serviu de exemplo para as políticas do capitalismo peruano.

O crescimento da competitividade do capitalismo nacional já no século XXI é reforçado pela precarização das relações de trabalho. Setores da extrema-esquerda brasileira afirmam no século XXI que também o capitalismo brasileiro está maduro para uma revolução socialista. No Governo Dilma, o capitalismo nacional propôs uma negociação com a classe trabalhadora em que a segunda ficasse passiva em relação a primeira.

Segundo diretor da Odebrecht o capitalismo brasileiro foi o que mais ganhou com as obras do porto de Mariel em Cuba. O capitalismo brasileiro do século XXI também tributa mais os trabalhadores para desonerar as empresas brasileiras. Segundo Ricardo Noblat e outros autores o PT e o PSDB desejam ser o partido do capitalismo brasileiro no Século XXI. Segundo economistas, sem o Estado o capitalismo nacional não duraria um dia no século XXI.

Milagre econômico 1969–1973

Entre 1969 e 1973, o Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um crescimento acelerado da indústria gerou empregos e aumentou a renda de muitos trabalhadores. Houve, porém, ampliação da concentração de renda. O principal motivo era a defasagem dos salários mais baixos.

Por exemplo, o salário-mínimo real, apesar de cair menos do que no período entre 1964 e 1966, quando sofreu uma diminuição de 25%, baixou mais 15% entre 1967 e 1973. Era a famosa teoria de "fazer crescer o bolo para dividir depois".

A industrialização foi centralizada propositalmente no eixo Rio-São Paulo, o que destruiu a economia de outras regiões do país que não receberam o mesmo nível de subsídios e investimentos, principalmente o Sertão Nordestino, ocasionando a migração em massa destas regiões preteridas pelo governo federal para as regiões mais subsidiadas pelo mesmo com mais investimentos. Isso ampliou, a níveis jamais vistos antes, problemas que até hoje perduram, tais como decadência urbana, favelização, criminalidade etc.

Ciclo da soja 1970–atualmente

Desde a década de 1970, o novo produto que impulsionou a economia de exportação foi a soja, introduzida a partir de sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O modelo adotado para o plantio de soja foi a monocultura extensiva e mecanizada, gerando muita riqueza para o país através de um novo setor chamado de "agronegócio".

O crescimento da cultura da soja se deu às custas da "expansão da fronteira agrícola" na direção da Amazônia, o que, por sua vez, vem provocando desmatamentos em larga escala. A crise da agricultura familiar e o desalojamento em massa de lavradores ocasionaram o surgimento dos movimentos de sem-terra Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, Via Campesina.

S

Recessão e crise monetária 1973–1990

Da Crise do Petróleo até o início dos anos 1990, o Brasil viveu um período prolongado de instabilidade monetária e de recessão, com altíssimos índices de inflação hiperinflação combinados com arrocho salarial, aumento da dívida externa e crescimento pífio. Já na década de 1980, o governo brasileiro desenvolveu vários planos econômicos que visavam ao controle da inflação, sem nenhum sucesso.

O resultado foi o não pagamento de dívidas com credores internacionais moratória, o que resultou em graves problemas econômicos que perdurariam por anos. Não foi por acaso que os anos 1980, na economia brasileira, ganharam o apelido de "década perdida". Plano Cruzado Plano Bresser Plano Collor Abertura econômica 1990–2005 O governo Fernando Collor teve, como principal lema, a falência do projeto desenvolvimentista como motor de crescimento.

Em particular, a baixa qualidade dos automóveis e computadores nacionais, protegidos por altas barreiras alfandegárias, foi utilizada como exemplo da incapacidade do governo como grande empresário. A partir de então, observou-se uma crescente abertura comercial e uma série de privatizações. Diversas empresas de baixa eficiência, principalmente do setor de informática, foram à falência, enquanto a qualidade dos produtos disponíveis teve uma melhora substancial.

A estabilidade monetária só foi alcançada com a implantação do Plano Real, em 1994, já no governo Itamar Franco. Como consequência do fim da inflação e do fim do regressivo imposto inflacionário, houve uma melhora da renda sem precedentes para as classes mais baixas.

O ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso, foi eleito presidente com ampla margem. Sua presidência foi caracterizada por avanços nos processos de modernização e redistribuição de renda. A Lei de Responsabilidade Fiscal ajudou a controlar os gastos dos estados e municípios.

Por outro lado, a insistência na política de câmbio fixo valorizado gerou um prejuízo na situação fiscal que culminou com o ataque especulativo e a implementação do regime de câmbio flutuante com Armínio Fraga. A implementação de políticas redistributivas como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação ajudou a reduzir a concentração de renda, porém com efeitos muito inferiores aos do fim da inflação.

A política econômica do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, baseada no câmbio flutuante e numa política monetária austera visando ao controle da inflação, foi mantida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Do ponto de vista fiscal, o controle do superavit se deu através de um aumento substancial de arrecadação que contrabalançou a significativa elevação nos gastos públicos.

A unificação dos programas redistributivos sob o nome de bolsa família foi a principal bandeira do governo Lula. Apesar das reduzidas taxas de crescimento econômico, principalmente comparadas com as obtidas entre 1948 e 1979, houve uma significativa redução da desigualdade social no período entre 1990 e 2007, bem como uma melhora substancial em outros índices como os de escolaridade e de mortalidade infantil. Em 2005, 114 mil trabalhadores da indústria automobilística produziram 1,6 milhão de unidades. Em 1973, 106 mil funcionários fabricaram 750 mil.

FONTE WIKIPÉDIA

q

a

a

a

a

a

a

a

a

a

a

A

a

a

a

a

A