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Forte de Santiago da Barra
O Forte de Santiago da Barra, também referido como Castelo de Santiago da Barra, localiza-se na freguesia de Monserrate, na cidade, concelho e distrito de Viana do Castelo, em Portugal.
Em posição dominante na margem direita da barra do rio Lima, tinha a função de defesa do ancoradouro e povoação de Viana da Foz, atual Viana do Castelo.
História
O castelo medieval
O rei Afonso III de Portugal 1248-1279 fundou a vila de Viana, outorgando-lhe Carta de Foral em 1258, posteriormente confirmado em 1262. Visando a defesa e o desenvolvimento daquele trecho do litoral, pelo fomento à atividade mercantil e pesqueira, os seus habitantes foram contemplados com privilégios tributários, com o dever de defender a foz do rio Lima.
O perímetro defensivo da nascente vila, no qual se inscrevia a Torre de Menagem, foi dotado de muralhas: os seus limites são hoje desconhecidos, mas acredita-se que estavam completas em fins do século XIV, quando se transformara em um florescente burgo.
Em meados do século XV, Viana da Foz do Lima constituía-se em um dos grandes portos marítimos do país, mantendo comércio com portos da Galiza, da França e da Flandres. A prosperidade dele decorrente materializou-se no aumento da população e da malha urbana, ultrapassando a primitiva cerca medieval.
A Torre da Roqueta
Aberto o caminho marítimo para as Índias, e visando a proteção da navegação na barra do Lima, por volta de 1502 D. Manuel I 1495-1521 determinou a construção de uma torre abaluartada, no campo de Santa Catarina, extremo Oeste da vila. O seu modelo seria semelhante ao do Baluarte de Cascais iniciado em 1498, e anteciparia o da Torre de Belém em 1515, na defesa da barra do Tejo. Possívelmente artilhada com um pedreiro, que lhe teria dado a designação de Torre da Roqueta, esta primitiva estrutura possuía um baluarte voltado para o rio Lima, demolido em campanhas posteriores.
O Forte de Viana
Os imperativos da defesa da barra levaram à necessidade de modernização e ampliação da fortificação. Desse modo, entre 1567 segundo alguns e 1568 segundo outros, já tendo recebido a vila de Viana o título de notável, a Câmara Municipal principiou, junto à Torre da Roqueta, um pequeno forte de planta retangular, que aproveitava a antiga fortificação manuelina como cunhal Sudoeste da sua muralha. Essa obra foi concluída ainda sob o reinado de D. Sebastião 1554-1578, em 1572.
O Forte de Santiago de Viana
Sob a Dinastia Filipina, sob o reinado de Filipe I de Portugal 1580-1598, o forte de Viana foi completamente remodelado e ampliado, com traça do arquiteto e engenheiro militar italiano Filippo Terzi 1520-1597. As suas obras iniciaram-se em 1589, tendo o soberano determinado que a própria população da vila transportasse a pedra necessária à edificação, estando concluídas em 1596.
Em 1640, com a Restauração da independência, a população da vila acorreu ao forte, cercando-o e impondo a capitulação da guarnição espanhola. No contexto da Guerra da Restauração, voltou a receber obras de remodelação entre 1652 e 1654, a mando de D. Diogo de Lima, Governador das Armas de Entre-Douro-e-Minho.
Posteriormente, em 1700, época em que a vila prosperava com a exportação dos vinhos da região do Douro para centros como Dunquerque, Ruão, Veneza, a Inglaterra, a Suécia e até mesmo a Rússia, as defesas foram acrescidas de revelins e fosso pelo lado de terra. Novas obras de reforço e modernização foram promovidas em 1799.
Após ter participado da Guerra Peninsular, durante a Guerra Civil Portuguesa 1828-1834, resistiu ao assalto das forças da Junta do Porto.
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 24 de Janeiro de 1967.
Atualmente as dependências do Forte de Santiago da Barra abrigam a sede da Região de Turismo do Alto Minho, compreendendo um moderno Centro de Congressos Centro de Congressos do Castelo de Santiago da Barra, com um auditório e salas equipados para diversos tipos de eventos. O antigo Paiol e a Capela de Santa Catarina encontram-se requalificados como salas de exposição, recomendando-se a visita à Torre da Roqueta.
Características
O Forte de Santiago apresesenta planta pentagonal, constituída por muralhas de perfil trapezoidal, reforçadas por baluartes triangulares nos vértices voltados a terra, apresentando guaritas de planta circular nos vértices. A entrada na fortaleza é feita por uma larga ponte sobre o fosso que a circunda, conduzindo a um portal de arco de volta perfeita ladeado por pilastras, encimado pelo brasão de D. João de Sousa, governador do forte em 1700, e rematado na cornija pelo escudo de armas de Portugal.
No terrapleno, acedido por um corredor abobadado, ergue-se um edifício principal, de planta retangular de três registos com alçado ritmado por três portais, sendo o principal enquadrado por arco de volta perfeita rematado com cartela e ladeado por colunas encimadas por balaústres em meio relevo, rematado pelo escudo real. Os portais laterais são de moldura em arco de volta perfeita sem decoração. Ao longo de toda a fachada foram abertas janelas em ambos os registos. O edifício possui ainda janelas de mansarda. A norte situa-se a Capela da Santiago, de planta longitudinal, com capela-mor rectangular e frontispício terminado em empena, com sineira à direita. Fronteiro a esta situa-se o paiol, edifício de planta quadrangular de um registo, com portal de volta perfeita encimado pelo escudo de Portugal e rematado em empena triangular.
Integrada na zona Sudoeste da fortaleza, situada num terraço que se forma no segundo registo, ergue-se a chamada Torre da Roqueta, com entrada pelo adarve, através de rampa. Flanqueada exteriormente com quatro pequenas torres e rodeada por um pequeno fosso, a Roqueta possui corpo rectangular com dois registos, um terraço com adarves e as armas do rei D. Manuel esculpidas na fachada.
FONTE WIKIPÉDIA