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JOÃO BRANDÃO

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João Brandão

 

João Brandão foi um salteador português que ficou conhecido como O terror das Beiras. Foi acusado de inúmeros assaltos por toda a região das beiras, embora sem provas.

Esteve envolvido em lutas eleitorais foi julgado e condenado em Tábua a 3 de Junho de 1869, pelo assassínio de um padre chamado Portugal.

Em 9 de Outubro de 1870 foi desterrado para Angola, onde morreu em 1880. Casou em 1863 com D. Ana Eugénia de Jesus Correia Nobre.

 João Brandão na cultura popular

Quando João Brandão foi deportado para o exílio, em toda a Beira se organizaram festas populares e o povo cantou na rua.

Ainda hoje faz parte da cultura popular portuguesa, sendo muito conhecida a cantiga Lá vai o João Brandão.

- Lá vem João Brandão! E então? – assim me cantavam na infância. E Brandão era dos nomes que se cruzavam em estorietas de ninar.

Foi muito mais tarde, no ratar de episódios que Pinheiro Chagas me vazava das manigâncias de uma história pátria mal contada, que os factos de Midões me entraram pela efabulação.

Com Silva Gaio, lendo “Mário”, achei curiosidades. E hoje ainda me assaltam dúvidas: João Brandão quem foi?

João Brandão, com seus irmãos António e Roque, o próprio pai, primos e acólitos, fez um dos bandos políticos que, no século dezanove, armados de bacamartes, clavinas e clavinetes, trabucos e punhais, vararam as Beiras a ferro e fogo.

Foram “voluntários da Rainha” que partiram de Midões para combater na guerra civil e depois se mantiveram, encostados ora ao Partido Progressista, ora ao Partido Regenerador, ora ao Partido Histórico; enfrentaram os restos do miguelismo ainda arreigado nas vilas e chegaram mesmo a juntar as suas hostes com os bandos do “partido absoluto” general Póvoas nos estranhos realinhamentos que a Patuleia engendrou.

Serviram às chapeladas que enfestaram os actos eleitorais do primeiro liberalismo, tutelaram poderes locais e foram instrumentos para confrontar outros bandos que também sangraram as terras beiroas: o do Marçal de Foz Coa e o do famoso Caca, por exemplo.

Criminosos ou não, os Brandões serviram os donos do poder em Lisboa – serviram-no com armas, protegidos pelos Governadores enviados para Coimbra e Viseu e pela Relação do Porto, a mesma que atirou para a forca, durante o Reinado absoluto, alguns dos militantes da “nova ordem”. Foram bandos como outros foram por essa época: o Zé do Telhado, pelo Marão, que de igual serviu a ordens do general Pizarro e de barões arrumados por Vila Real e |Régua; o Remexido, na serra algarvia.

Em Lisboa, duques e marqueses Saldanha, Palmela, os Cabrais, Brancamp e Fontes enviavam cartas mexendo cordelinhos e “encomendas” para estes indivíduos, a um tempo agentes políticos e sicários.

Esses foram tempos turbulentos, perturbados e perturbantes. Ruía um mundo e Portugal foi percorrido por sopro fratricida que lhe revolveu as entranhas.

Nada pode ser analisado sem a compreensão das muitas contradições que então atravessaram a sociedade.

Nas Beiras, onde o “mundo velho” se fundamentava no poder quase comunitário dos concelhos e nos coutos de homiziados que povoavam o interior Beira sinónimo de fronteira, a “ordem liberal”, enquanto desmontava morgadios, devastava o tecido social cuja “tradição” até podia ser – aos olhos de hoje – mais justa que o evangelho das liberdades trazidas pelos desembarcados do Mindelo, aos quais se juntaram os “batalhões de voluntários da Rainha”.

Uma perspectiva, construída pelos silêncios que vestem este período da nossa história, acabou por insultar de “reaccionarismo” o sangue beirão. A tanto conduz a cretina ignorância dos mangonheiros que se deleitam com as falsas “verdades feitas”.

Vá lá, estudem, investiguem e não sejam parvos – chegarão a outras conclusões.

João Brandão e os seus pares acabaram a contas com a Justiça do Reino. Derrotados pelas tropas regulares, de linha, foram baleados uns e atirados outros para o degredo em África: quando o liberalismo se consolidou em Lisboa e os barões entenderam que, estabilizado o poder com as regras do rotativismo, o País deveria ser pacificado.

Quando deixaram de lhes ser úteis, os bandos foram varridos para debaixo do tapete.

E ainda hoje se receia contar-lhes a história. Todavia, ela aguarda ser escrita. É necessário. Quanto mais não seja para que se entendam os pecados originais de um modo político ainda subjacente nos nossos dias. 

João Brandão foi preso na vila de Tábua.

FONTE WIKIPÉDIA

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